Métodos

Nesta página encontrará explicações acerca dos métodos de amostragem do eBMS
  • Contagens em transectos
  • Contagens de 15 minutos
  • Armadilha para borboletas noturnas
 

 

As borboletas, tal como outros grupos de insetos, decresceram em abundância em muitos locais nas últimas décadas. É necessário monitorizá-las para entender as causas deste declínio e para levar a cabo medidas de conservação. A ciência cidadã é a melhores formas de recolher informação útil e alcançar resultados importantes através da monitorização de. Graças aos esforços de milhares de voluntários conhecemos o estatuto das espécies de borboletas e ficamos a saber onde é necessário aplicar medidas de conservação.

Pode também ajudar-nos a contar borboletas usando diferentes metodologias, de acordo com as suas preferências. A monitorização de borboletas pode ser feita por qualquer pessoa que tenha o tempo e esteja disposta a aprender a reconhecer as borboletas da sua área. Existem centenas de métodos de contagem, mas nem todos produzem a mesma informação.

Dependendo do tipo de informação que pretendemos, existem diferentes métodos que envolvem um intervalo de tempo e metodologia padronizada. Alguns exemplos incluem: contagens de ovos no habitat da espécie; armadilhas Malaise; armadilhas luminosas (para borboletas noturnas); contagens durante um intervalo de tempo; ou transetos.

Contar borboletas é divertido, pode juntar-se a uma grande comunidade de voluntários e ter mais contacto com a natureza!

 

Aqui explicamos os dois métodos usados no eBMS:

 

 

Dados da monitorização do eBMS

No eBMS, os dados recolhidos envolveram um esforço de monitorização que proporcionou quantidades incríveis de informação para a ciência (tal como a abundância de espécies).

Estes dados são necessários para conhecermos as tendências populacionais das nossas espécies: se queremos saber se uma espécie em particular está a aumentar ou diminuir em número temos de usar este tipo de metodologia.
 

  • É necessário identificar o nome da espécie de borboleta
  • Comprometimento para com a natureza e a sua conservação
  • Um investimento de tempo um pouco maior do que quando se usam métodos de recolha de dados oportunísticos (apenas um pouco maior!)

 

A mais básica e importante metodologia do eBMS é a contagens em transectos, que proporciona a informação mais robusta acerca das populações de borboletas. Os Esquemas de Monitorização de Borboletas (BMS) consistem em muitos transectos diferentes em cada país. Contudo, devido à dificuldade na realização de contagens em transectos em alguns países com áreas remotas, criou-se uma nova metodologia, as contagens de 15 minutos, de modo a reforçar a monitorização e a permitir uma maior flexibilidade na sua recolha de dados. Espera-se que com as contagens de 15 minutos se aumente o volume de dados de monitorização na Europa, mas um BMS deve sempre ter como base um número significativo de transectos.

 

Contagens em Transecto - Percursos de Pollard

Um transecto é uma rota fixa (percurso) estabelecida num local onde são registadas as borboletas observadas, idealmente semanalmente, ao longo de alguns anos e seguindo algumas regras básicas. A maioria dos transectos são escolhidos pelo voluntário, que decide a rota a seguir. Alguns esquemas de monitorização aconselham a que áreas amostrar, de modo a garantir uma representatividade equilibrada dos tipos de paisagem e habitats e que uma porção significativa das espécies presentes no país são suficientemente monitorizadas.

As contagens podem ser feitas em equipa: é mais divertido partilhar experiências e a equipa pode-se revezar durante férias e feriados. Existem apenas algumas regras a seguir durante a realização de contagens em transectos:

 

  1. Comprimento? Cada transecto tem normalmente cerca de 1km de comprimento e é dividido em secções que correspondem a diferentes tipos de habitat ou são de uma distância fixa (50m por ex.).
  2. Quando contar? As contagens fazem-se quando existirem borboletas adultas presentes, isto é, durante os períodos de voo das borboletas. Dependendo do país e região, o período de voo das borboletas será mais alargado ou mais restrito (habitualmente é durante a primavera e o verão).
  3. Frequência? Pelo menos 10 visitas por ano. Idealmente o transecto é percorrido todas as semanas durante a época de voo das borboletas. Se isto não for possível, efetue contagens sempre que possa, a cada duas semanas ou de 10 em 10 dias. Não deixe passar mais do que três semanas entre contagens. Se não for possível seguir este regime, as suas contagens podem ser concentradas em apenas alguns meses (na primavera e verão) que coincidam com o período de voo de algumas espécies.
  4. Como contar? Conte todas as borboletas adultas que encontrar até uma distância de 2.5m de cada um dos seus lados e 5m para a sua frente e para cima de si (ver imagem) enquanto caminha a um passo constante.
  5. Com que condições meteorológicas? Os percursos devem ser feitos com bom tempo: quente e solarengo, sem chuva e com pouco vento. Efetue as contagens no período de maior atividade das borboletas, a meio do dia, com pelo menos 13ºC em dias de sol e 17ºC em dias encobertos. Consulte o manual para uma explicação mais detalhada acerca das condições meteorológicas.

 

 

Descarregue o Manual Censos de Borboletas em Manual Censos de Borboletas em Transectos para explicações mais detalhadas. Está disponível em vários idiomas: PortuguêsPolaco (uma adaptação do Manual para a Polónia) , EspanholItaliano Búlgaro.

 

Para registar a sua visita ao transecto:

 

Divirta-se a contar borboletas enquanto ajuda a protegê-las!

 

 

Contagens de 15 minutos

As contagens de 15 minutos são divertidas! Pode contar borboletas em qualquer lugar e praticamente em qualquer altura, não apenas em transectos fixos mas também durante as suas férias, em locais que nunca voltará a visitar. Por isso, divirta-se a fazê-lo!

butterflycount appEste método consiste em contar borboletas numa área específica durante um determinado período de tempo, 15 minutos no caso do Plano Europeu de Monitorização de Borboletas Diurnas. Esta metodologia mais flexível é usada para obter dados de abundância de borboletas e pode ser usada para estudar espécies mais raras, espécies com comportamentos específicos, ou comunidades de borboletas em locais remotos. Pode também, contudo, ser usada em qualquer lugar, como áreas agrícolas, parques urbanos ou jardins. Recomendamos este tipo de amostragem para aqueles já com algum conhecimento de borboletas que gostem de visitar sítios e habitats diferentes. Uma contagem de 15 minutos é um método simples que permite efetuar registos de muitas formas:

  • Numa rota ou caminho
  • Numa determinada área: um prado, parque ou jardim
  • Num ponto fixo: sentado numa varanda ou alpendre

 

O método é simples: durante 15 minutos regista todas as espécies e indivíduos de borboletas avistados. As regras a seguir são semelhantes às dos transectos: registar borboletas dentro do volume de 5x5x5m, com bom tempo, quente e solarengo, sem chuva e pouco ventoso. Visitar a mesma área várias vezes com uma certa frequência propiciará melhores dados, por isso tente visitar repetidamente os mesmos sítios.

Esta metodologia é extremamente útil para o eBMS e para os Censos de Borboletas, preenchendo lacunas em áreas de alguns países onde não há contagens em transectos. Manter os mesmos tempos de amostragem em áreas de extensões similares permite produzir resultados padronizados que ajudam na obtenção de valores de abundância de borboletas. Uma lista completa das borboletas avistadas durante Contagens de 15 Minutos permite obter informação de ausências (espécies não registadas), que é muito valiosa para as análises estatísticas.

A combinação de transectos com contagens de 15 minutos com elevada frequência de registos ajudar-nos-á a abordar o panorama atual das populações de borboletas e a desenvolver melhores políticas e medidas de conservação. A monitorização “tradicional”, por transectos, revela tendências temporais, enquanto que as contagens de 15 minutos oferecem mais informações acerca de densidades na dimensão espacial.

 

**Nota: por favor tenha atenção ao realizar contagens de 15 minutos em áreas com elevada diversidade, já que há uma probabilidade elevada de identificações erróneas. Pode sempre complementar as suas contagens com fotografias para facilitar a identificação correta.

 

Como realizar contagens de 15 minutos?

Pode usar a aplicação ButterflyCount, que foi desenvolvida especialmente para realizar esta metodologia. A aplicação grava o seu percurso enquanto conta borboletas durante 15 minutos, desde que tenha ativado o GPS no seu smartphone. Verá um temporizador que mostra o tempo restante e que poderá pausar para tirar fotografias ou identificar uma espécie. Quando se esgotar o tempo a aplicação irá notificá-lo através da vibração do smartphone.

Cada espécie incluída na lista tem opções para registar o número de indivíduos avistados, e para adicionar fotos, informação da fase de vida (ovo, lagarta, crisálida) e comentários. Sempre que adicionar uma nova espécie ou indivíduo, a aplicação guardará a localização desse registo, permitindo-nos obter informações mais detalhadas.

english app- Existe uma opção na aplicação para realizar uma contagem de 15 minutos de uma única espécie, para registar observações de uma só espécie. Foi desenvolvida para ser usada em espécies ameaçadas ou protegidas.

 

Todos os dados submetidos com contagens de 15 minutos podem ser descarregados através da sua conta no website do projecto (www.butterfly-monitoring.net), basta ir à página As minhas amostragens e encontrará as rotas, amostras, e registos.

 

Encontre mais informação sobre como usar a aplicação ButterflyCount na página: Dados eBMS -> página eBMS- Aplicação móvel

 

 Video utilização app Butterfly Count

 

 

 

->Armadilha para borboletas noturnas

moth LEDtrapA Vlinderstichting (Dutch Butterfly Conservation, NL) projetou uma armadilha de LED para mariposas para padronizar o monitoramento de mariposas na Europa. O uso dessas armadilhas começou na Holanda com os agricultores (projeto BIMAG) e agora está sendo ampliado com o projeto SPRING (Esquema de Monitoramento de Polinizadores na Europa). Essas armadilhas são uma maneira simples de monitorar mariposas em qualquer lugar, pois não é necessária uma conexão de energia elétrica (um banco de energia é suficiente) em comparação com as armadilhas luminosas convencionais. Obviamente, se quiser colocar essa armadilha de LED em uma reserva natural ou em campos agrícolas, primeiro peça permissão ao proprietário da terra. 

moth at the trap

 

Moth LED trap instructions:

Todas as explicações sobre o monitoramento de mariposas em Portugal, consulte a página:  Rede De Estações De Borboletas Nocturnas

 

 

 

 

manuals

 

 

Mais informações

Se procura mais informações acerca destas metodologias, por favor consulte o “Manual para a monitrozação de Borboletas” e o ” Manual Censos de Borboletas em Transectos”. Existem outros métodos para monitorizar borboletas. Para estudos de espécie ou populações específicas pode ser necessário adotar métodos mais complexos. Consulta a seguinte lista de referências para mais informações acerca de outras técnicas de monitorização de borboletas.

 

 

 

 

 

Referências:

Dennis, E.B.; Morgan, B.J.T.; Brereton, T.M.; Roy, D.B. & Fox, R. (2017): Using citizen science butterfly counts to predict species population trends. Conservation Biology 31 (6), 1350-1361
Nowicki, P., Settele, J., Henry, P. Y., & Woyciechowski, M. (2008). Butterfly monitoring methods: the ideal and the real world. Israel Journal of Ecology and Evolution54(1), 69-88.
Van Swaay, C., Regan, E., Ling, M., Bozhinovska, E., Fernandez, M., Marini-Filho, O.J., Huertas, B., Phon, C.-K., K”orösi, A., Meerman, J., Pe’er, G., Uehara-Prado, M., Sáfián, S., Sam, L., Shuey, J., Taron, D., Terblanche, R., and Underhill, L. (2015). Guidelines for Standardised Global Butterfly Monitoring. Group on Earth Observations Biodiversity Observation Network, Leipzig, Germany.
GEO BON Technical Series 1, 32pp.
Van Swaay, C.A.M., Brereton, T., Kirkland, P. and Warren, M.S. (2012) Manual for Butterfly Monitoring. Report VS2012.010, De Vlinderstichting/Dutch Butterfly Conservation, Butterfly Conservation UK & Butterfly Conservation Europe, Wageningen.
van Swaay, C. A., Nowicki, P., Settele, J., & van Strien, A. J. (2008). Butterfly monitoring in Europe: methods, applications and perspectives. Biodiversity and Conservation17(14), 3455-3469.